terça-feira, 1 de setembro de 2015

Explosão de equívocos e fraudes em estudos publicados deixam a ciência em xeque

       Observação e formulação de hipótese, realização de testes e experimentos, compilação e interpretação dos resultados, construção de teoria, redação de artigo, análise dos pares, publicação em um periódico reconhecido e replicação. Um breve resumo do método científico moderno mostra o rigor que as pesquisas devem seguir. Mesmo assim, a expansão da pesquisa veio acompanhada de uma explosão no número de estudos retirados da literatura, seja por erros sistemáticos ou de modelagem, má conduta ou mesmo má-fé, formada pela infame trinca plágio, manipulação e fraude. Um levantamento da revista Nature mostrou que, só na primeira década deste século, o índice de anúncios dos temidos retracts, palavra em inglês que define o envio dos artigos para o esquecimento dos anais da ciência, multiplicou-se por dez, muito acima da alta de 44% na produção científica. Para além de apenas manchar ou destruir reputações, os casos de fraude são os que mais preocupam os especialistas por colocar em risco o próprio futuro da ciência, tanto pela má distribuição dos já limitados recursos investidos em pesquisas quanto por minar a confiança da sociedade nos seus cientistas, o que pode se traduzir em ainda menos investimentos. [Continue lendo]

Nota do químico da Unicamp Dr. Marcos Eberlin: “Sou um grande fã da ciência, minha casa e minha vida (profissional), e respeito muito os muitos que tentam contribuir por meio dela, com sinceridade, para uma sociedade e um mundo melhores - eu faço o que posso -, e jamais venderia a minha ‘alma’ por um artigo que fosse, pois dou contas, sobretudo, a um Deus que tudo vê e tudo sabe, e é bom, mas justo. Lembrei-me do versículo “maldito o homem que confia no homem”, e de tantos artigos que leio, às vezes na NatureScience e outras, sobre provas da ‘coisa horrorosa’. Lembrei-me de elos perdidos, vida em sopa escaldante, dinos & canários, semelhança genética... a foto acima me lembrou dos embriões de Haeckel, sem falar das mariposas de Manchester, dos bicos de tentilhões. Olha o estrago à ciência que uma cosmovisão equivocada tem feito. Se fossem todos retratados, aí, caramba, a porcentagem de retracts explodiria!”

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